"Novos dados globais evidenciam prevalência grave da violência contra as crianças", declara a UNICEF.
09-09-2014
"Novos dados globais evidenciam prevalência grave da violência contra as crianças", declara a UNICEF.
Um quinto das vítimas de homicídio a nível global são crianças e adolescentes com menos de 20 anos; e cerca de 17 por cento das crianças em 58 países são submetidas a formas de castigos físicos severos são algumas das concluões do estudo. O relatório - "Hidden in plain sight" - desenvolvido pela UNICEF relativamente à violência infantil alerta para "factos inquietantes". E diz que, "se não enfrentarmos a realidade que cada uma destas estatísticas revoltantes representa, nunca mudaremos a mentalidade segundo a qual a violência contra as crianças é normal e tolerável". Quem o diz é Anthony Lake, Diretor Executivo da UNICEF, num comunicado de imprensa. Lançado esta quinta-feira, em Nova Iorque, o relatório diz respeito a uma análise estatística sobre os "padrões globais de violência contra crianças". O estudo teve por base 190 países sendo que os dados apenas são referentes aos indivíduos que se disponibilizaram a participar na pesquisa. Deste modo, o relatório documenta a violência contra crianças nas suas comunidades, escolas e casas.
Para além de dar a conhecer a impressionante escala dos abusos físicos, sexuais e emocionais, questões como "os efeitos duradouros, e muitas vezes inter-geracionais, da violência" foram também estudadas e abordadas. Assim sendo, os dados mostram que as crianças que foram e são expostas aos vários tipos de violência têm uma probabilidade de virem a viver na pobreza, a comportarem-se de forma violenta ou a ficarem desempregadas.
Seguindo esta lógica Anthony Lake acrescentou que esta situação "embora prejudique sobretudo as crianças, também afeta todo o tecido da sociedade - ameaçando a estabilidade e o progresso (...) a violência contra as crianças não é inevitável. Podemos preveni-la se não deixarmos que permaneça na sombra".
Com o intuito de prevenir e reduzir a violência infantil, a UNICEF apresentou seis estratégias: apoiar os pais e dotar as crianças de aptidões para a vida quotidiana; mudar mentalidades; reforçar os sistemas judiciários, penais e de serviços sociais; recolher elementos de prova relativos à violência e aos custos humanos e socioeconómicos que acarreta, são quatro delas.
Iniciativa Com o intuito de "chamar a atenção para o problema como um primeiro passo para mudar mentalidades, comportamentos e políticos", a UNICEF lançou a iniciativa a 31 de julho de 2013. O slogan "Tornar visível o invisível" apelava ao envolvimento coletivo na luta contra a violência infantil, dando especial foco ao facto da violência estar "em todo o lado", mas por vezes "longe da vista de todos", ou "tolerada devido a normas sociais ou culturais". A iniciativa contou com o apoio de cerca de 70 países em todo o mundo, que se comprometeram a disponibilizar meios para "identificar, localizar e reportar situações de violência contra crianças em todas as suas formas".
Principais Conclusões Foram várias as conclusões retiradas daquele que consiste na maior compilação de dados relativos aos vários tipos de violência contra as crianças, até hoje. Entre elas destacam-se as seguintes: Relativamente à violência sexual os pesquisadores concluíram que, em todo o mundo, cerca de 120 milhões de raparigas com idade inferior a 20 anos (cerca de 1 em cada 10) foram sujeitas a relações sexuais forçadas ou outro tipo de atos sexuais forçados. A prevalência da violência praticada por parceiros é de 70% ou mais na República Democrática do Congo e na Guiné Equatorial. Sendo que um quinto das vítimas de homicídio, a nível global, são crianças e adolescentes com menos de 20 anos - 95.000 mortes em 2012 - o estudo concluiu que o homicídio está entre as principais causas de morte em indivíduos do sexo masculino com idades entre os 10 aos 19 anos no Panamá, Venezuela, Salvador, Brasil, Colômbia, Guatemala, Trinidad e Tobago. A Nigéria tem o maior número de homicídio infantil (13.000) mas entre os países da Europa Ocidental e da América do Norte, os Estados Unidos têm a taxa de homicídio mais alta.
O Bullying é um dos temas que mais se tem vindo a falar. Quase 1/3 dos estudantes entre os 11 e os 15 anos na Europa e América do Norte relatam ter estado envolvidos em atos de bullying contra outros. Na Letónia e na Roménia, 6 em cada 10 admitem ter sido autores de bullying. No que diz respeito às vítimas, em todo o mundo, 1 em cada 3 estudantes com idades entre os 13 e os 15 anos são regularmente vítimas de bullying. Na Samoa a proporção é de quase 3 em cada 4.
Bater na cabeça, nas orelhas, na cara ou espancar a criança repetidamente são alguns dos castigos físicos severos que cerca de 17% das crianças, em 58 países, são submetidas. Em todo o mundo, 3 em cada 10 adultos acreditam que uma disciplina violenta, ou seja, um castigo físico é necessário para educar corretamente uma criança. Mais de 40% das crianças entre os 2 e os 14 anos de idade são submetidos a castigos corporais severos no Chade, Egito e Iémen.
Como consequência, muitas crianças desenvolvem vários tipos de atitudes em relação à violência. No Afeganistão, Guiné, Jordânia, Mail e Timor-Leste 80% das raparigas adolescentes com idades entre os 15 e os 19 anos pensam que, em determinadas circunstâncias, é justificável um marido bater na mulher. Em 28 dos 60 países com dados sobre ambos os sexos, são mais as raparigas do que rapazes que acreditam que bater na mulher é por vezes justificado. Dados de 30 países sugerem que 7 em cada 10 raparigas dos 15 aos 19 anos que foram vítimas de abuso físico e/ou sexual nunca procuraram ajuda.
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