Quase 6.700 pessoas foram apoiadas no ano passado pelo Fundo Social Solidário, que gastou mais de 447 mil euros para ajudar a pagar dívidas, a maior parte relacionadas com rendas e empréstimos de casa, revelam dados da Cáritas Portuguesa. Os dados avançados à agência Lusa referem que desde 2011, ano em que o Fundo Social Solidário (FSS) foi criado pela Conferência Episcopal Portuguesa, já foram apoiadas 25.620 pessoas e aplicados cerca de 2,2 milhões de euros, dos 2,8 milhões de euros angariados até agora. Em 2014, foram ajudadas 6.690 pessoas, o que representou um investimento do FSS de cerca de 448 mil euros. A maior parte da verba (44,21%) foi aplicada no pagamento de rendas, 8,36% no pagamento de dívidas, 6,28% em apoios para reparação ou melhoria da habitação, 6,15% para despesas de eletricidade e 5,26% para compra de medicamentos. Em declarações à agência Lusa, o presidente da Cáritas afirmou que "ainda ninguém quis olhar de frente" para o problema do endividamento, sobretudo o da habitação", que leva ao despejo das pessoas das suas casas, que "adquiriram com empréstimos contraídos no tempo que tinham recursos provenientes do trabalho" e que perderam devido à crise. Para Eugénio Fonseca, a assunção destas responsabilidades não deve cair apenas sobre quem pediu o empréstimo: "Os bancos não são entidades de solidariedade, mas foram partes contratantes do negócio e devem assumir também as suas responsabilidades".
09-02-2015
Quase 6.700 pessoas foram apoiadas no ano passado pelo Fundo Social Solidário, que gastou mais de 447 mil euros para ajudar a pagar dívidas, a maior parte relacionadas com rendas e empréstimos de casa, revelam dados da Cáritas Portuguesa. Os dados avançados à agência Lusa referem que desde 2011, ano em que o Fundo Social Solidário (FSS) foi criado pela Conferência Episcopal Portuguesa, já foram apoiadas 25.620 pessoas e aplicados cerca de 2,2 milhões de euros, dos 2,8 milhões de euros angariados até agora. Em 2014, foram ajudadas 6.690 pessoas, o que representou um investimento do FSS de cerca de 448 mil euros. A maior parte da verba (44,21%) foi aplicada no pagamento de rendas, 8,36% no pagamento de dívidas, 6,28% em apoios para reparação ou melhoria da habitação, 6,15% para despesas de eletricidade e 5,26% para compra de medicamentos. Em declarações à agência Lusa, o presidente da Cáritas afirmou que "ainda ninguém quis olhar de frente" para o problema do endividamento, sobretudo o da habitação", que leva ao despejo das pessoas das suas casas, que "adquiriram com empréstimos contraídos no tempo que tinham recursos provenientes do trabalho" e que perderam devido à crise. Para Eugénio Fonseca, a assunção destas responsabilidades não deve cair apenas sobre quem pediu o empréstimo: "Os bancos não são entidades de solidariedade, mas foram partes contratantes do negócio e devem assumir também as suas responsabilidades".
Defendeu ainda que o Governo deveria "servir de árbitro" nos casos em que "se provasse que a pessoa entrou em incumprimento, não por desleixo, não por negligência, não por aproveitamento oportunístico da situação que vive, mas porque efetivamente deixou de ter os recursos que tinha" quando comprou a casa. "Devia haver um fundo nacional [criado pelo Governo] que se colocasse entre a entidade credora e a entidade devedora para que houvesse um tempo de carência e, quando a pessoa retomasse a autonomia financeira", repunha o apoio concedido pelo Estado "no tempo em que não pôde cumprir" com as suas obrigações.
Para Eugénio Fonseca, este apoio é fundamental porque "há dramas muito grandes que se refletem no campo social, em termos de coesão social, mas também a noutros níveis".
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